sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Não sou perfeito
Estou ainda sendo feito
E por ter muito defeito Vivo em constante construção
Sou raro efeito
Não sou causa e a respeito
Da raiz que me fez fruto Desfruto a divina condição
Em noites de céu apagado
Desenho as estrelas no chão
Em noites de céu estrelado
Eu pego as estrelas com a mão
E quando a agonia cruza a estrada
Eu peço pra Deus me dar sua mão
Sou seresteiro
Sou poeta, sou estradeiro Com palavra, amor primeiro
Vou rabiscando o coração
Vou pela rua
Minha alma às vezes nua De joelhos pede ao tempo
A ponta do seu cobertor Vou pelo mundo
Cruzo estradas, num segundo
Mundo imenso, vasto e fundo
Todo alojado em meu olhar
Sou retirante
Sou ao rio semelhante
Se me barram, aprofundo Depois vou buscar outro lugar

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