terça-feira, 9 de novembro de 2010


A real dimensão do imaginário...



Vocês já  experimentaram olhar para dentro dos automóveis quando estão pilotando motocicletas?

Durante sua viagem,  já se deparou com alguém na janela de um automóvel olhando para você com aquela cara de “não sei o quę” ?

Já pararam para  imaginar  o que pensam as pessoas dentro  dos carros quando nos vêem passar de motocicletas ?
 
Já encontraram explicações para aqueles carros que nos “fecham na estrada”, “que insistem em ficar na nossa frente obstruindo nossa passagem”, outros, que  ao contrario “entram dentro do nosso comboio e não querem sair”,  aqueles que nos apertam e “nos xingam e saindo  correndo”, ou aqueles que simplesmente nos “ignoram” fazendo as maiores barbaridades na estrada...
Por mais que tenhamos uma postura adequada na estrada, por mais que pilotemos com segurança e bom senso, por mais que preservemos nossa individualidade, nós seremos sempre  aos olhos dos motoristas de 4 rodas os “motoqueiros loucos” e no nosso caso especifico da turma dos “SUJOS, BRUTOS e MALVADOS”...
E isso não é nada se incluirmos também aqueles  que de carro  ao passar por um motociclista acidentado, caído e estendido na estrada, olham com desdém e dizem para o companheiro(a)  ao lado:  Bem feito !
Vamos ir um pouco mais além:  Um irmão motociclista  um dia fez o seguinte comentário:
 ” Nosso grupo motorizado  estava chegando no posto da Castelo Branco e eu de longe percebi uma movimentação do pessoal local. Recolhiam as crianças, os homens levavam as mulheres para dentro, havia um ambiente de  tensão ante nossa chegada,  até que paramos e tiramos os capacetes... De repente,  uns olhavam para os outros e diziam: são velhos, cabelos brancos, falam bem, etc,etc, olhavam para nós e sem entender,  riam deles  mesmos...

Quem de nós não se sentiu um “peixe em aquário” ante os olhares estupefatos das crianças e adultos ao entrarmos em comboio nas cidades do interior.

Quem de nós não sentiu a sensação que chamamos de “ver a banda passar”...
Será que existe uma explicação para tudo isso?

Onde finalmente está  a explicação para todas estas coisas que acontecem, conosco ?

É simples, e tudo isso é perfeitamente explicável .
Vamos voltar aos carros passando  e olhando para nós : Os homens com cara fechada como se tivessem pensando: vagabundos, bandidos, atrapalhando todo mundo; a esposa  ao lado, olha para nós  por uns instantes e envergonhada baixa a cabeça; talvez tenha pensado “isso que é homem, e não  esta besta que tenho aqui do lado”, a adolescente olha e sorri em seguida também desviando o olhar: talvez tenha imaginado aquele príncipe montado em um cavalo alado que vai resgatá-la daquela prisão de 4 rodas,  e finalmente as crianças que sorriem, acenam, falam animadas entre si ante a sensação do inusitado, do desconhecido.

Temos somente uma certeza: Todos, naquele momento queriam estar no nosso lugar ou conosco na garupa !

E vocês podem ter certeza, o vento na cara, o participar da paisagem, a sensação de poder ir e vir  e a inconfundível e irresistível sensação de liberdade  são os motivos de tudo isso  que acontece conosco quando estamos pilotando nossas motocicletas.
As reações raivosas e indignadas dos motoristas dos automóveis vão continuar a  existir mesmo que nós não façamos absolutamente nada contra eles. E por um único motivo:
“A NOSSA LIBERDADE INCOMODA AS PESSOAS”
Incomoda e provoca manifestações de raiva, ódio, de fazer algo contra nós, de alguma maneira de ferir nosso espírito de liberdade, a ponto de ver uma pessoa que nunca viu,  ferida e caída na estrada e sentir uma indescritível sensação de prazer; só pelo fato de ser um pobre motociclista...
Esta é a grande mensagem que EASY RIDER  quis  deixar imortalizada  no filme de Peter Fonda. 
Finalmente meus amigos motociclistas, sinto informá-los que de nada vai adiantar fazer algo para mudar isso, porque ao meu ver, algumas coisas como inveja, rancor,etc,   são inerentes e natas nos seres humanos .Assim, quando você estiver pilotando sua motocicleta em uma estrada ,  não se irrite com os automóveis ou com seus motoristas , ao contrario mostre que  você é único no mundo, e que  em cima de sua moto,  tal  como as águias  ao abrir suas imensas asas  para voar,   você esta  exercendo seu direito de ser livre !
                              
Viva a vida – Desfrute sua Liberdade !

* Compilado da Internet - Autor não identificado

domingo, 7 de novembro de 2010



  A elegância do comportamento no motociclismo
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, inclusive quando pilotamos nossa motocicleta.
É uma elegância desobrigada, um gesto ao ser auxiliado numa ultrapassagem, um cumprimento e um sorriso no pedágio, um leve toque de buzina e cumprimento de mão aos guardas rodoviários também não custa nada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas pessoas que escutam mais do que falam e quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.

Quando nas estradas cruzamos ou ultrapassamos um companheiro motociclista não custa um aceno de simpatia ou um toque de buzina, mesmo que ele pilote uma 125 cc.
Numa viagem com amigos ou simples conhecidos é possível detectar elegância nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir aos frentistas e garçons.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é o motociclista que demonstra interesse por assuntos que desconhece, se preocupa com a manutenção da motocicleta do companheiro, com sua bagagem, é quem cumpre o que promete. É elegante não ser espaçoso demais nem querer ser líder por vontade própria. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro, é muito elegante não falar de dinheiro e de viagens desconhecidas dos demais em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Uma potente moto tinindo de nova, um belo sobrenome, experiência em grandes quilometragens e nariz empinado não substituem a elegância de um gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Os motociclistas de um modo geral são solidários, leais, amistosos.   

Ser elegante é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social e das cilindradas da motocicleta. Se os companheiros de jornada não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: isso tudo não é frescura, é apenas A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO NO MOTOCICLISMO.

Autor: Otavio Araujo “Gugu” - 68 anos



Assim que você levar a sério e passar a aplicar as "dicas" abaixo, passará a aproveitar ao máximo seu combustível e, portanto, seu dinheiro. Esperamos que lhes seja proveitoso.
O autor deste texto trabalha numa refinaria há 31 anos. Engenheiro de Segurança para abastecer os veículos! Interessante!

*1ª Dica: ***Encher o tanque  sempre pela manhã, o mais cedo possível.***
A temperatura ambiente e do solo é  mais baixa. Todas os postos de combustíveis têm seus depósitos debaixo terra. Ao  estar mais fria a terra, a densidade da gasolina e do diesel é menor. O  contrário se passa durante o dia, que a temperatura do solo sobe, e os  combustíveis tendem a expandir-se. Por isto, se você enche o tanque ao meio dia,  pela tarde ou ao anoitecer, o litro de combustível não será um litro exatamente.  Na indústria petrolífera a gravidade específica e a temperatura de um solo tem  um papel muito importante. Onde eu trabalho, cada carregamento de combustível  nos caminhões é cuidadosamente controlada no que diz respeito à temperatura.  Para que, a cada galão vertido no depósito (cisterna) do caminhão seja  exato.

*2ª Dica: Quando for pessoalmente encher o tanque, não aperte a pistola  ao máximo (pedir ao frentista no caso de ser servido). Segundo a pressão que se  exerça sobre a pistola, a velocidade pode ser lenta, média ou alta. Prefira  sempre o modo mais lento e poupará mais dinheiro. Ao encher mais lentamente,  cria-se menos vapor, e a maior parte do combustível vertido converte-se num  cheio real, eficaz. Todas as mangueiras vertedoras de combustível devolvem  o vapor para o depósito. Se encherem o tanque apertando a pistola ao máximo  uma percentagem do precioso líquido que entra no tanque do seu veículo se  transforma em vapor do combustível, já contabilizado, volta pela mangueira de  combustível (surtidor) ao depósito da estação. Isso faz com que, os  postos consigam recuperar parte do combustível vendido, e o usuário acaba  pagando como se tivesse recebido a real quantidade contabilizada, menos  combustível no tanque pagando mais dinheiro.

*3ª Dica: Encher o tanque  antes de que este baixe da metade.***Quanto mais combustível tenha no depósito,  menos ar há dentro do mesmo. O combustível se evapora mais rapidamente do que  você pensa. Os grandes depósitos cisterna das refinarias têm tetos flutuantes no  interior, mantendo o ar separado do combustível, com o objetivo de manter a  evaporação ao mínimo.

*4ª Dica: Não encher o tanque  quando o posto de combustíveis estiver sendo reabastecido e nem  imediatamente depois.***Se chega você ao posto de combustíveis e vê um  caminhão tanque que está abastecendo os depósitos subterrâneos do  mesmo, ou os acaba de reabastecer, evite, se puder, abastecer no dito  posto nesse momento. Ao reabastecer os depósitos, o combustível é jorrado  dentro do depósito, isso faz com que o combustível ainda restante nos  mesmos seja agitado e os sedimentos assentados ao fundo acabam ficando em  suspensão por um tempo.Assim sendo você corre o risco de abastecer seu tanque com combustível sujo.

Fonte: Dydy - Águias TS

Mensagem de Chico Xavier
(Chico Xavier)

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam... 
Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro
que nos espera pode não ser tão alegre...
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER, mesmo sabendo que a vida é,
em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes
de ver, reconhecer e retribuir, esta ajuda...
Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo
que inúmeras forças querem que eu caia...
Que eu não perca A VONTADE DE AMAR, mesmo sabendo que a pessoa que
eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR, mesmo sabendo que muitas coisas
que verei no mundo escurecerão os meus olhos...
Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda
São dois adversários extremamente perigosos...
Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo
que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas...
Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo
sabendo que o prejudicado possa ser eu...
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO, mesmo sabendo
que um dia os meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VIVER, mesmo sabendo
que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA, mesmo sabendo que ela
muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia...
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração,
mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado...
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE, mesmo
sabendo que o mundo é pequeno...
E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois,,,
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS
E CONCRETIZADA NO AMOR!

Duas Rodas


Centúrias

Em alta velocidade
Ele parte
Fugindo do lugar comum
Enfrentando a escuridão
Cruzando estradas
Ele traça o seu destino
Sem medo

Sobre duas rodas, Sobre duas rodas, Sobre duas rodas...

Em alta velocidade
O vento corta o seu corpo
Com o destino traçado
Ele voa como um corvo
Sobre duas rodas
Ele vive
Do perigo se alimenta

Sobre duas rodas, Sobre duas rodas...

Sugando todo sangue
De sua máquina
Ele parte, para o fim

Sobre duas rodas, Sobre duas rodas, Sobre duas rodas...

Sobre duas rodas

segunda-feira, 1 de novembro de 2010



CASAMENTO DO MESTRE E LELECA
NOVOS CORVOS SS JUNDIAI : INSETO, JJ, JARRÃO E JOÃOZITO V8

JOÃOZITO V8

INSETO

JARRÃO

JJ



Vai viajar e está preocupado com a comunicação? O berro dá uma maõzinha,taí 50 maneiras de pedir uma gelada:
Africano: A beer, ah-suh-bleef!
Americano: Brewski here, please!
Arabe: Waheed beera, meen fadleek!
Basco: Garagardo bat, mesedez!
Bielorusso: Ad-no pee-vah ka-lee lah-ska!
Bengali: Eka handoiya, doya koray!
Búlgaro: Edna beerra, molya!
Catalão: Una cervesa, si us plau!
Cheyenne: Nok hee-sevo-tamah-peh, mas-eh-met-ah-no!
Chinês: Ching gay woh ee bay pee joh!
Tcheco: Pee-vo, pro-seem!
Dinamarquês: Yay vil geh-neh heh en url!
Holandês: Un beer, ahls-yer-bleeft!
Egípcio Antigo: Wekha henqet!
Esperanto: Unu bieron, mi petas!
Estôniano: Ooks ur-loo, pah-lun!
Finlandês: O-loot moolek kee-tos!
Francês: Une bière, s’il vous plait!
Alemâo: Ein Bier, bitte!
Grego: Mee-a beer-a paraka-loh!
Havaino: ‘Ekahi pia, ho’olu!
Hindi: Eka biyara, krupaya!
Húngaro: Edj pohar shurt kayrek!
Icelandic: Ay-dn byohr, tahk!
Interlingua (portunhol): On bira, per favor!
Gaélico: Byohr awoyn, lyeh doh hull!
Italiano: Una birra, per favore!
Japonês: Bee-ru ip-pon, ku-da-sai!
Koreano: Mayk-joo hahn-jahn, joo-se-yoh!
Curdo: Dan min yek bire!
Lakota (Sioux): Wan-jee m’nee-pee-gah, ee-yo-kee-pee!
Latim: Cervisiam, sodes!
Lituanio: Pra-shau vie-na, al-lows!
Norueguês: Ehn url, tahk!
Inglês Antigo: An beor, nu!
Latinizado: One-ay eer-bay, ease-play!
Polonês: Yed-no peev, proshe!
Português: Uma cerveja, por favor!
Romeno: Oh beh-reh ver rohg!
Gaélico Escocês: Lyawn, mahs eh doh hawl eh!
Servo/Croata: Yed-no pee-vo, mo-lim!
Eslovêno: Eno pee-vo, pro-seem!
Espanhol: Una cerveza, por favor!
Suaíli: Moja pombe, tafadhali!
Sueco: Ehn irl, tahk!
Twi: Mah-me bee-ye bah-ko, mee pow-che-oo!
Turco: Beer beer-ah, luht-fen!
Galês: Koo-roh ohs gwel-ookh-un-thah!
Ídiche: A beer, zeit a-zoy goot!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010






SER UM MOTOCICLISTA


Muita gente me pergunta o que é ser motociclista. É ser piloto de corrida? É ter uma velha moto na garagem, ou uma reluzente Harley na carreta? É fazer trilha nos fins de semana ou apenas ter habilitação torna uma pessoa um motociclista?

Em vários anos de motociclismo, conheci várias pessoas que pilotam ou possuem motocicletas e me atrevo a tentar descrever o que é ser um motociclista.

O termo motociclista, genericamente se enquadra a todos que andam de moto, mas como não conseguimos perder a mania de rotular, acabamos chamando-os de motoqueiros, traieiros, jaspions, estradeiros, harleiros, e outros rótulos, pejorativos ou não.

Para começar o verdadeiro Motociclista nunca vê sua moto como um investimento, seja ela de qualquer modelo ou tamanho. Vê como se fosse uma mulher, pela qual se apaixonou um dia. Nada o impede de se apaixonar várias vezes, até que um dia ele descobre que sua paixão não é "aquela moto", é andar de moto.


Um motociclista não mede esforços para fazer o que ama e jamais associa dinheiro, ganhos de capital, inflação, etc... à sua paixão.

Ser motociclista é cuidar da moto que lhe dá prazer, é dar-lhe um banho, é perder horas de seu fim de semana colocando um acessório, ou simplesmente polindo, consertando algo ou tirando a poeira. O motociclista faz questão de entender o seu amor.

Ser motociclista é passar o máximo de tempo possível sobre sua moto, é escolher as viagens ou trilhas mais longas. É chegar e ao invés de voltar, resolver ir mais longe, é rodar, rodar, rodar e querer mais.

Ser motociclista é coisa que vem no sangue. Não conheço nenhum grande jogador que tenha começado a jogar depois que se estabilizou na vida ou teve dinheiro para comprar um time. Todos sem exceção, começaram a se interessar pela bola ao mesmo tempo que aprenderam a andar.

Ser motociclista não foge a regra, ninguém vira motociclista, a gente nasce motociclista.

Ser motociclista não é se unir em "gangs", fantasiado de "bad boy", para amedrontar as pessoas e fazer coisas que não teria coragem de fazer se estivesse só.

Ser motociclista não é ir para os "Points" da moda, no fim de semana, parar a moto, ficar a noite inteira contando vantagens de quanto gastou em acessórios e depois voltar para casa. Ser motociclista é rodar com a moto, mesmo sem ter ninguém para mostrá-la.


Nada impede que um motoboy, o qual rotulamos hoje de motoqueiro seja mais motociclista que muitos proprietários de motos.

Uns diriam que ser motociclista é uma doença, eu digo que é um caso de amor.

A moto a gente compra, o espírito de motociclista não. 


  7 Pecados Capitais do Motociclista

Existem ainda muitos outros pecados, mas estes sete são os capitais, aqueles que mandam o motociclista diretamente para o inferno, sem escala no purgatório!

1) Trocar o óleo a cada 1.000 km. A confusão se dá graças ao Manual do Proprietário das motos utilitárias que trazem a informação de que a PRIMEIRA troca deve ser feita com 1.000 km porque é uma forma de retirar sobras de material que podem ter se deslocado durante o período de amaciamento. As demais trocas podem ser feitas com os 3.000 km indicados pelo fabricante da moto. Só que motociclistas profissionais (motoboys) usam a moto sob condições muito severas e trocam óleo a cada 1.500 km. Mesmo nestes casos a troca na metade do indicado já é um exagero, porque naqueles 3.000 km indicados pelo fabricante já implica uma enorme margem de segurança. Pior que essa crença já se espalhou para donos de motos grandes e esse comportamento resulta em um despejo desnecessário de poluentes no ambiente. Para quem usa a moto de forma racional e equilibrada, o período recomendado pelo fabricante está de ótimo tamanho. Dentro deste pecado existe um “subpecado”: motores não consomem óleo! Como não??? Todo motor, desde o mais simples, até o de Fórmula 1 consome óleo, porque é uma conseqüência natural do aquecimento do motor. Leio com freqüência assustadora pessoas reclamando que foi trocar o óleo e faltava meio litro, ou 300 ml. Alguns motores de concepção mais antiga consomem até 30% de óleo a cada 1.000 km, sem que se possa chamar isso de defeito. Em uso severo, o motor da moto mais vendida do Brasil chega a consumir estes 30% sem que hajam vazamentos. Cabe ao motociclista acatar a recomendação do fabricante e verificar o nível a cada 1.000 km. Mas não precisa trocar, tá?

2) Descarbonização. Essa é uma das aberrações mais comuns. Também refere-se à troca de óleo. Algum “mexânico” inventou isso lá nos anos 50 e acabou sendo resgatado graças à internet. Funciona assim: o sujeito retira o óleo usado do motor, fecha o bujão e enche o cárter com querosene ou produtos chamados de “flush” (descarga, em inglês). Depois liga o motor por alguns segundos e drena o querosene, antes de colocar o óleo novo. É a forma mais fácil de acabar com o motor de uma moto!!! Dentro do motor existem anéis de vedação (retentores) feitos de borracha e que nasceram para viver mergulhados no óleo. O solvente ataca esses anéis e provocam os vazamentos internos. Por isso a gente vê tanta moto soltando fumaça pelo escapamento...

3) Rodízio de pneus. Essa é mais comum no Norte/Nordeste. A região Nordeste vive uma explosão de consumo geral e especialmente de moto. Em pouco mais de 10 anos o mercado de motos no NE cresceu 750% enquanto o resto do país cresceu 445%. Isso explica muitos procedimentos errados apenas por falta de informação que leva o neo-motociclista a tratar a moto como se fosse um carro de duas rodas. Nos carros é normal fazer rodízio de pneus – embora já seja condenado por especialistas. Mas nas motos o pneu dianteiro é muito diferente do traseiro e têm funções bem específicas. No piso molhado o pneu dianteiro funciona como uma lâmina que corta a água e o traseiro completa o serviço. Por isso é quase impossível uma moto aquaplanar. Ao usar o pneu traseiro na frente o risco de aquaplanagem é enorme porque o desenho do pneu não foi projetado para ser usado dessa posição.

4) Para cada dois pneus traseiros troca-se apenas um dianteiro. Nããão! Esta é uma mentira recorrente porque é natural o pneu traseiro gastar mais rápido por um motivo até evidente: é o pneu da roda motriz, que recebe todo esforço da tração. Nas motos utilitárias, também é o pneu que recebe mais carga quando roda com baú ou com garupa (nas moto-taxis). Como o fator de maior desgaste do pneu é carga (massa), é normal o pneu traseiro gastar mais. Só que na hora de trocar deve-se trocar sempre os dois, porque a moto é um veículo tandem, com uma roda na frente da outra. Como elas rodam a mesma distância, quando o traseiro estiver gasto é sinal que o dianteiro já está comprometido, mesmo que aparentemente novo. Outro engano comum é usar pneus de modelo diferente na frente e atrás. Pneus de motos devem sempre ser do mesmo modelo e marca; quando se misturam marcas ou modelos ocorre o que se chama de “crise de paridade”, quando o pneu traseiro “não entende” o que faz o dianteiro!

5) Reduzir a marcha diminui o espaço numa frenagem de emergência. Este equívoco é cometido por causa das competições e de uma das grandes mentiras sobre pilotagem: o freio motor! Motor é motor; freio é freio. Não existe “freio-motor” em veículos leves, muito menos em moto, a redução que se sente pode ser chamada de “efeito redutor”, mas nunca de frenagem. Para que o motor tenha efeito redutor na roda é preciso que a rotação angular do motor (giro) seja menor que o da roda motriz. Isso só é possível se o câmbio for equipado com uma caixa redutora, como nos caminhões e veículos pesados. Os caminhões contam com este efeito de freio-motor porque precisam frear 20 a 30 toneladas o que seria difícil só com o freio mecânico das rodas. Carros e motos precisam anular o motor para frear no menor espaço possível. Para isso é preciso acionar a embreagem junto com o freio e esquecer o câmbio. Não acredita? Então faça a seguinte experiência: engate a primeira marcha do seu carro (ou moto) solte a embreagem e deixe pegar velocidade sem acelerar. Depois tente frear sem acionar a embreagem. A sensação é que o motor continua empurrando o carro. Isso porque a rotação do motor é maior do que das rodas. A confusão do freio-motor se dá porque nas competições os pilotos reduzem a marcha nas entradas de curva. Mas isso só é feito para que a moto (ou carro) tenha rotação para sair da curva. Quem freia é o freio; quem empurra é o motor. Pronto e acabou!

6) Pneu mais largo melhora a estabilidade. Mais uma vez é a confusão criada por acreditar que moto é um carro de duas rodas. Nos carros os pneus mais largos podem melhorar a estabilidade porque oferecem maior área de borracha em contato com o solo. Mas nas motos é diferente, porque a moto precisa inclinar nas curvas. Quanto mais inclinar, maior pode ser a velocidade de contorno da curva. Para que consiga um grande grau de inclinação é fundamental que o pneu tenha o desenho convexo. Quanto mais convexo, maior a inclinação. Ao usar um pneu mais largo na mesma medida de roda, o pneu ficará deformado, reduzindo a convexidade do desenho. Logo, a moto inclinará menos na curva. Claro que existem tolerâncias. Por exemplo, ao passar de um pneu 180 para 190 não causará um problema. Nem de 130 para 140. Mas alguns motociclistas exageram e, em função de um padrão estético, querem usar o mais largo possível, passando de 130 para 150 ou de 160 para 190. Aí será um martírio inclinar a moto nas curvas. Nos fóruns pode-se até ler depoimentos sobre a “melhora” ao usar um pneu mais largo. Mas esta sensação de melhora não vem da largura do pneu e sim do fato de ser NOVO! O cara tira um pneu velho, gasto e coloca um novo, claro que vai sentir melhora, mas não é resultado da largura!

7) O capacete deve ser duro! Esta mentira é alimentada até por jornalistas inexperientes, principalmente de TV. A função primordial do capacete é reduzir a transferência das ondas de choque para o crânio de quem está usando. Se for uma peça dura, a onda de choque chega com grande intensidade lá dentro da cabeça, transformando o cérebro num mingau. Se capacete tivesse de ser duro a gente deveria usar um sino da cabeça! Na verdade o capacete deve ser flexível, deformável e bem acolchoado para que a energia do choque seja dissipada o máximo possível antes de chegar no cérebro. Por isso usam-se o estireno (isopor) e camadas internas de espuma. A calota precisa ter flexibilidade, não muita para não pular que nem uma bola de basquete, mas o suficiente para espalhar a energia pela superfície. Pelo mesmo motivo, o capacete deve ser o mais justo possível, porque se ficar folgado o capacete bate no chão e a cabeça bate contra a parte interna do capacete. Sei que é chato, mas é melhor bem justo até não se deslocar com o vento.
Não seja um "pecador". Cuide bem da sua moto!
                                                                                                                                                  Tite Simões 

terça-feira, 26 de outubro de 2010


"A beira de uma fogueira
No meio de um lugar perdido
Lá você vai nos encontrar
Celebrando a Tradição Motociclista

No colete empoeirado
Levo as minhas cores e a de um irmão
Que com garra, força e sangue
Luta acima de tudo pela união

Amizade e Irmandade é nosso lema
Rodando de moto esquecemos os problemas
Na garupa nossa companheira
Ao nosso lado a proteção
Estamos sempre na estrada
Defendendo nosso brasão"

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By "Tiago PUNK"

os 13 "azares" de um motociclista

Por mais experiente que sejamos, nunca é demais lembrar o mais banal...

1 - Por mais bem cuidada e mantida que esteja sua moto, em algum momento, ela inevitavelmente e inesperadamente vai apontar um defeito seríssimo, seja de peça, instalação mal feita, uso indevido ou fadiga técnica, ela vai te deixar na estrada. Portanto, viva cuidando dela como se cuida de um bebê doente.

2 - Os maiores perigos que você encontra nas curvas são: óleo, areia, pedra e buracos.
Tenha certeza que toda curva tem isso tudo e algo mais pra te jogar no chão. Vá com atenção e preparado para tudo isso.

3 - Você nunca ultrapassa ninguém numa curva por medida de segurança.
Pois é em toda curva que um engraçadinho quer te ultrapassar.
Faça sempre a curva com todo cuidado baixando a velocidade muito antes dela começar, e tenha certeza que não haja um desgraçado afoito querendo te ultrapassar nesse momento.

4 - Ao olhar pelo retrovisor, você nunca vê o veículo que te espreita a poucos metros atrás de você. Acredite que sempre há alguém colado em você.

5 - Todo semáforo quando está verde, sempre está sendo cruzado na transversal por um daltônico. Portanto nunca cruze o sinal verde com tanta confiança. Cruze o sinal em velocidade baixa capaz de frear se preciso, como se ele estivesse amarelo.

6 - Numa estrada, você sempre está de olho no retrovisor e percebeu que não há ninguém atrás de você a muito tempo, pois é exatamente nesse momento inesperado que surge "do nada" um veiculo te ultrapassando por qualquer dos lados.

7 - Por mais prudente e comedido que seja, o motociclista sempre paga o pato pelo erro dos outros. Portanto seja prudente para si e pelos erros e imprudências dos outros também.

8 - Por mais que você mantenha distância do veiculo á frente para garantir sua segurança, o veículo que está exatamente atrás de você, com certeza colou na sua traseira, e o pior, que você nunca o vê no seu retrovisor.
Portanto, conduza sua moto prevendo os desgraçados que querem passar com um caminhão por cima de sua moto, dosando a distancia do veículo da frente e de traz.

9 - Por mais emergência que você tenha em chegar ao seu destino, você sempre conduz sua moto em velocidade de segurança,...
Mas com certeza alguém que quer te ultrapassar a 200 km/h, o faz por mera imprudência sem nenhuma emergência justificável e sem nenhum respeito por sua vida e segurança.
Quando viável, prefira a pista da direita e danem-se os apressadinhos.

10 - Por mais comedido que você seja, nunca ultrapassando os limites de velocidade da pista, sempre há um idiota que quer ultrapassá-lo quando você mesmo já está no limite da velocidade permitida.
Por mais direito que você tenha de estar andando na pista esquerda, no limite de velocidade, sempre há alguém sexualmente impotente, geralmente com um carro caro e veloz, que não se conforma em andar atrás de sua moto se não te ultrapassar e depois ficar colado na sua frente feito molenga.

11 - A gasolina sempre acaba a uma distância sempre superior a 15 km do posto mais próximo numa estrada sem movimento e debaixo de uma chuva anunciada. Nunca deixe a gasolina chegar à reserva.

12 - Você sempre leva na sua “ferramenteira”, peças sobressalentes da moto como: velas, cabo de embreagem, filtros, reparos em geral..., mas com certeza, na sua viajem mais planejada a sua moto vai quebrar a peça que você não dispõe no alforje e a oficina mais próxima está a 15 km de você e fechada por ser feriado municipal. Portanto, não existe peça sobressalente de reposição inútil no seu alforje.

13 - Você, como precavido que é, sempre leva capa de chuva nos dias de céu encoberto, mas, tenha certeza que a chuva só cai em dias de sol forte e quando você deixa sua capa em casa.

                                                                            Fonte:Texto: Chico Lobo - Apoio Revista Motoclube-SP

sábado, 9 de outubro de 2010





O Bem e o Mal
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Eu sou do bem. Eu não sou do mal. Eu sou de plantar. Eu sou de colher. Não sou de arrancar. Eu sou de fazer. Eu sou de ajudar. Não atrapalhar. Sou de colaborar. Sou de melhorar. Não sei piorar. Sou de levantar. Sou de refazer. Sou de construir. Não sei destruir. Sou de insistir. Sou pela verdade. Eu não sei mentir.

Eu sou de falar. Quando é preciso. Eu tenho juízo. Sei bem me calar. Eu sou altruísta. Sou bem ponderado. Eu gosto de ouvir. E ficar calado. Depois refletir. E dar meu recado. Sem briga nem turra. Eu sou educado. Não sou egoísta. Não estou nesta lista. Sou pela humildade. E sinceridade.

Eu falo o que penso. Depois de pensar. Não digo o que quero. Sem avaliar. Eu sei escutar. Ouvir e falar. Não sou de impor. Sou de sugerir. Sou de persistir. Se a causa é correta. Se é bom o combate. O curso é a reta. Não ando enrolando. Pra frente e voltando. Eu sigo em frente. Com entusiasmo. Eu sou do passado. Mas olho o futuro. Não fico no muro. Ultrapassado.


Eu sou de mudança. Eu tenho certeza. Sou de confiança. Eu trago a esperança. Não sou derrotado. Eu caio e levanto. Nenhum desencanto. Eu sou otimista. Por natureza. Eu sou de amizade. Confio e espero. Só não acredito. Em lero-lero. Conversa fiada. Sem rumo certeiro. Não perco meu tempo. Atrás de dinheiro. Dinheiro roubado. Não perco a cabeça. Não sou prisioneiro. De oferta brilhante. A troco de nada. Não perco o meu jeito. Nem a liberdade. Sou homem direito. Mas não sou perfeito. E sempre acredito. Que tudo tem jeito.

Eu não tenho pressa. Não sou preguiçoso. Caminho em paz. Olhando o que é belo. Toda a natureza. É tudo pra mim. Eu sou assim. Em Deus eu confio. Em Deus eu espero. De que mais preciso? O que mais eu quero? Apenas que os outros. No mesmo caminho. De paz e amor. De pouco espinho. Consigam chegar. No mesmo lugar. No plano divino. No céu prometido. Com Deus encontrar. Viver nova vida. Eterna e brilhante. Nisso acredito. Eu sou confiante.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


                                                            Andando de moto – J. Carino


Monto em minha moto e me movo, lépido, cúmplice do vento, que corto e me acaricia o rosto.

Ando entre os carros. Transgrido as leis, passando lento, num caminho de vitória sobre a lentidão muito mais lenta da massa de veículos. E sorrio vendo os que me olham: com admiração e inveja, uns; com raiva, outros, presos nas suas armadilhas de aço, feitas para correr e frustradas no pára-e-anda.

Meu pulso gira e o giro do motor aumenta. O empuxo me lança em direção ao horizonte, onde há amanheceres e ocasos esperando que eu passe e os assista, boquiaberto e feliz.

Equilibro-me, fácil, nas duas rodas – o que é como equilibrar-me no fio permanente de navalha da vida. Meu corpo inteiro, integrado à máquina, segue num movimento harmonioso, na suavidade das curvas, na linha contínua das retas. Desviar da concavidade dos buracos-armadilhas, recompor-se das escorregadelas nos óleos das pistas, fugir desta fechada, compensar aquela distração do motorista do lado, evitar a guinada maldosa de outro condutor – isso tudo é sobreviver, facilmente ou, às vezes, quase por milagre.

Sensação ímpar, andar de motocicleta é cavalgar em liberdade. É ver e sentir como as coisas passam, vão indo, indo, seguindo, rápidas. É gozar o movimento, observar tudo, sentir tudo, estar atento, pois que a atenção plena, completa, a entrega total a essa ação, faz com certeza a diferença entre permanecer equilibrado ou cair, continuar vivendo ou morrer.

Ah, mas o prazer tudo compensa. Ser ágil enquanto tudo se arrasta não tem preço; ir rápido daqui para lá, e voltar, estacionar com facilidade – comodidades que se agregam à pura felicidade de rodar sobre duas rodas.

Nas viagens extensas de motocicleta, o olhar se alonga, trazendo o horizonte para o alcance da mão. A estrada que serpenteia à frente, que oferece generosamente suas curvas e retas, é parte da paisagem em que a gente se integra, sendo, ao mesmo tempo, espectador boquiaberto das paisagens verdejantes, dos azuis deslumbrantes de céu, dos alaranjados de pôr-de-sol.

Abrir a viseira e respirar profundamente é sentir a vida invadindo plenamente os pulmões, enquanto o coração pulsa acelerado pela emoção.

Quando se vê um grupo de motos, na longuíssima faixa que é a estrada – intervenção do homem na ordem admirável da natureza – vê-se um balé de beleza única. As máquinas seguem numa reta perfeita, e se inclinam nas curvas, para um lado, depois para o outro, tudo isso recortadas contra o horizonte. Também sobem, mais lentas, para depois descer vertiginosamente, num sobe e desce que também pode ser uma metáfora da vida.

Andar na chuva tem mais risco porém igualmente incorpora emoção e até beleza. O cheiro da terra sobe de todo lado, e inalá-lo é garantir um hausto de gostosura em forma de odor. A chuva, batendo no capacete, na roupa própria que quase impede por completo a molhadura, também pode dar prazer. E tudo isto exige mais cuidado, mas aguça os sentidos e acelera a emoção, que muito freqüentemente é amiga dileta do perigo.

O sol aquece os corpos dos motociclistas, muitas vezes causando desconforto quando é por demais intenso. Porém, faz também da vestimenta um casulo agradável quando os dias são mais frios.

Andando de moto, reflito, penso, relembro, imagino, sinto, me alegro, me entristeço, rio, choro, falo comigo – faço, enfim, tudo o que fazemos em outras situações e condições. Só que faço isso sobre duas rodas, montado na emoção, dependurado pelo fio sutil no risco, absolutamente calculado, que exige o máximo equilíbrio, não somente da máquina e do corpo, mas igualmente da alma e do coração.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dennis Hopper (de chapéu e bigode) em cena de Sem Destino, de 1969, filme que ele também dirigiu. Foto: Divulgação

Dennis Hopper (de chapéu e bigode) em cena de Sem Destino, de 1969, filme que ele também dirigiu

Foto: Divulgação

 Manohla Dargis
Ator, cineasta, fotógrafo, colecionador de arte, homem de grandes quedas e de uma capacidade de sobrevivência ainda maior - Hopper jamais explodiu. Ao contrário dos vilões e malucos que interpretou ao longo das décadas - o psicopata com problemas maternos em Veludo Azul, o terrorista ressentido de Velocidade Máxima - sobreviveu aos bons tempos, aos maus tempos e a alguns momentos terríveis. Cavalgou em sua moto pelos anos finais da era de ouro de Hollywood, e ao mesmo tempo introduziu um novo cinema, em Sem Destino. Foi amigo de James Dean, interpretou o filho de Elizabeth Taylor, trabalhou com Quentin Tarantino. Foi rico e infame, achado e perdido, foi a revelação do cinema e seu último sobrevivente.
Recentemente, Hopper, que completou 74 anos no dia 17 de maio e andava recluso, voltava às notícias. Em março, seu advogado, em um processo contencioso de divórcio, envolvendo Victoria, sua quinta mulher, anunciou que o ator estava com câncer de próstata terminal e sua saúde o impedia de comparecer ao tribunal.

Na mesma semana, o emaciado, mas sorridente, Hopper surgiu em companhia de Jack Nicholson para assistir à cerimônia de inauguração de sua estrela na calçada da fama em Hollywood. Nicholson, o tempo todo ao lado do amigo, estava com uma camisa espetacularmente feia, decorada com o padrão da bandeira norte-americana e as silhuetas dos dois motociclistas malfadados de Sem Destino, o filme que fez de Hopper diretor e permitiu a Nicholson abandonar os filmes irrelevantes e de baixo orçamento. Foi um momento sublime e ridículo de Hollywood, a um só tempo real e completamente forjado.

Também foi o gesto perfeito para Hopper, que se alternou entre realidades aparentemente contraditórias por boa parte de sua carreira, vestindo uma tanga para Tarzan and Jane, Regained Sort of..., de Andy Warhol, em 1963, e trabalhando no papel de um informante em Os Filhos de Katie Elder, com John Wayne.

Inspirado por Vincent Price (sim, aquele Vincent Price), ele se tornou colecionador de arte e comprou um par de quadros juvenis de Warhol por US$ 75 - adquiriu outras obras-rimas de artistas como Roy Lichtenstein, Jasper Johns e Jean-Michel Basquiat em circunstâncias semelhantes. Mais tarde, quando Sem Destino foi lançado, Warhol imortalizou Hopper em silk screen e refletiu sobre a influência que exercia sobre o ator "com aqueles olhos loucos". Warhol declarou que "você nunca sabe de onde as pessoas aprenderão alguma coisa".

Sem Destino, um marco do cinema
No caso de Hopper, as linhas de influência talvez fossem mais claras do que pareciam inicialmente, variando da bandeira dos Estados Unidos em um dos quadros de Johns, por exemplo, à que o personagem de Peter Fonda usa como alvo nas costas de seu casaco de couro em Sem Destino. Hopper, que começou a pintar e a fotografar, largou a pintura e posteriormente a retomou em diferentes momentos de sua vida. Ele não tinha apenas olho excelente para comprar arte, também levou sua estética ao limite e, ocasionalmente, além dele.

Entre as mais notáveis das estratégias formais em Sem Destino está a edição propulsiva, dissonante, que caracterizava o trabalho de um dos grandes amigos de Hopper, o cineasta de vanguarda e artista plástico Bruce Conner.

Sem Destino reteve uma posição privilegiada na história do cinema norte-americano, ainda que menos por sua experimentação formal do que pelo impacto percebido do filme sobre a indústria cinematográfica, ilustrado em livros que ressaltam o papel desse trabalho na salvação de Hollywood. Em termos grosseiros, o filme sobre motociclistas da era da contracultura foi produzido com um orçamento de US$ 400 mil e faturou US$ 20 milhões na época do lançamento, provando que, com a estratégia correta de venda, a cultura alternativa era capaz de atrair os consumidores ("um homem saiu à procura da América. E não conseguiu encontrar...") E, no final de 1969, quando o filme foi lançado, essa estratégia de vendas se provou perfeita, especialmente junto às audiências jovens que viam personagens com os quais eram capazes de se identificar na história de dois motociclistas - Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Hopper)-, que depois de uma grande venda de cocaína viajam sem rumo pelo sudoeste do país e terminam mortos por um caipira agressivo.

Sem Destino foi grande sucesso no festival de Cannes de 1969, onde ganhou o prêmio de melhor primeiro filme. Ao estrear nos Estados Unidos, meses mais tarde, Andrew Sarris explicou seu triunfo na França em parte recorrendo a comparações com o Vietnã, escrevendo que "motocicletas, materialismo, misantropia e homicídio há muito servem como corretivos adequados sobre a vida norte-americana, para os europeus, e nunca mais do que neste ano de lei & e ordem e dos sangrentos combates em Hamburger Hill". Sarris se impressionou acima de tudo com a interpretação brilhante de Nicholson no pequeno papel de George Hanson, um advogado sulista alcoólatra a quem Wyatt e Billy conhecem na cadeia. Outros observadores, como um fã apaixonado chamado Richard Goldstein, que defendeu o filme no New York Times, viam algo mais: "Quero acreditar que Sem Destino represente o pôster de viagem para um novo país".

O filme certamente se tornou um modelo para o novo cinema norte-americano, mais jovem e emancipado do controle intelectual dos estúdios, em uma declaração de independência criativa que teoricamente durou até o momento em que o grande tubarão branco de Steven Spielberg devorou as bilheterias seis verões mais tarde, dando início à era moderna do cinema. De sua parte, Hopper, definido pelo crítico de cinema Peter Biskind como "o chapado guru da contracultura", continuou a ser o personagem principal na lenda de Sem Destino, tanto porque Hopper dirigiu, editou e protagonizou o filme quanto devido ao seu temperamento, aos seus abusos com as drogas, à sua arrogância lendária e à completa desorientação que ele exibiu ao longo das filmagens. (Hopper e Fonda dividem o crédito pelo roteiro com o escritor Terry Southern.)

Entre altos e baixos
Há um lado negativo em estar vinculado a uma lenda, e Biskind termina por vincular Sem Destino aos homicídios da família Manson, uma conexão que se deve ao menos em parte à reputação cada vez mais amalucada que Hopper criou em Hollywood. Hopper, que se descreveu como "maníaco" para Biskind, alimentava essa imagem com abuso de LSD, fetiche por armas, tendência por falar demais a jornalistas e surtos de violência física que culminaram em uma agressão à sua primeira mulher, Brooke Hayward, na qual ela saiu de nariz quebrado. Biskind termina sua avaliação sobre o novo cinema dos Estados Unidos nos anos 60 e 70 citando uma fala de Wyatt em Sem Destino: "Nós fizemos tudo errado".

Muita gente que acompanhou Hopper em sua encarnação seguinte deve ter pensado o mesmo. Em 1970, ele começou a rodar The Last Movie o último filme, o mais profético dos títulos. Financiado pelo estúdio Universal - os grandes estúdios estavam obcecados pela cultura jovem àquela altura -, ele viajou aos Andes peruanos para rodar um filme sobre um dublê que, depois do final da produção de um violento western, decide ficar para trás. Interpretado por Hopper, o dublê se apaixona por uma prostituta local, dirige um show sexual para turistas depravados e toma parte de outra filmagem, encenada pelos indígenas locais com equipamentos feitos de galhos de árvore - e tudo isso não necessariamente na ordem acima relatada.

Lisérgico e lírico, repulsivo e fascinante, The Last Movie é um instrumento bruto - uma cena mostra uma mulher norte-americana vestida em casaco de peles posicionada ao lado da foto de uma criança africana faminta - e nem de longe tão incompreensível quanto sua fama dispõe. Hopper disse que era uma história sobre os Estados Unidos e comparou o filme a uma "pintura expressionista abstrata, na qual o pintor revela as linhas do rascunho, mostra as pinceladas, permite que a tinta escorra". A crítica Pauline Kael aproveitou essa metáfora e comparou a edição de Hopper, consideravelmente mais frenética do que em Sem Sentido, com a de um pintor que rasga suas telas.

O consenso era o de que ele havia destruído sua carreira, ainda que seu maior erro, desconsiderados o excesso de bebida e drogas, talvez tenha sido permitir a presença de jornalistas nas locações. Os repórteres compareceram, viram o pior e seus editores propuseram manchetes como Dennis Hopper: Bem Alto nos Andes. A reportagem mais negativa pode ter sido uma matéria de capa da revista Life, que mostrava Hopper de chapéu preto e com uma flor em uma mão e uma bola de futebol americano no outro braço. "Seria de admirar que estejamos na situação em que estamos", escreveu um leitor indignado da revista, "quando nossos filhos consideram que detritos como esse são seus heróis?"

Primeiro Sem Destino e agora isso! Havia pouca dúvida de que os exageros pessoais de Hopper prejudicaram o trabalho, mas se The Last Movie tivesse dado lucro provavelmente a história relatada seria diferente. O filme não teve chances, no entanto - mal lançado, alvo de zombarias e logo descartado, mais ou menos como Hopper. O ator se manteve afastado do público até que voasse às Filipinas, em 1976, para interpretar o repórter fotográfico chapado em Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola. Tagarelando como um macaco alucinado, com câmeras penduradas do pescoço, recitando versos de T. S. Eliot, sujo, descabelado e completamente maluco, o personagem é uma maravilha, mas doloroso. A linha entre a presença de Hopper na tela e sua reputação do outro lado das câmeras parece indistinta, e isso causa incômodo - o que também se aplica a diversos dos papéis posteriores que ele desempenhou.

Se o prazer de seu desempenho vem acompanhado de desconforto é porque Hopper aparentemente nunca teve medo do ridículo - uma qualidade importante em um ator. Poucos de seus colegas conseguem alternar humor e comédia da maneira enervante que ele demonstrou em Veludo Azul, de David Lynch.

Onde começa o personagem e acaba o ator? Não se sabe, e esse desconhecimento era o espaço em que Hopper operava. Antes que ele começasse a falar demais, tanto nas telas quanto fora delas, essa abertura pessoal podia parecer encantadora, como quando ele foi fotografado lendo Stanislavsky no estúdio de Rebelde Sem Causa. Hopper tinha 17 anos, interpretava um malfeitor chamado Goon e escutava atentamente os pronunciamentos de James Dean, que o aconselhou a começar a tirar fotos e a ver o mundo emoldurado. Anos depois, essa mesma sinceridade causava engulhos, como em The American Dreamer, um documentário sobre a produção de The Last Movie no qual Hopper tira a roupa e demole a barreira entre público e privado (a cena está disponível no YouTube).

Havia algo de repelente naquele excesso de exposição, mesmo que fosse essa a qualidade que atraía as pessoas a continuar assistindo. Há momentos em que tamanha franqueza parece uma espécie de autoexploração, como em Hoosiers, um drama sobre basquete no qual ele interpreta um alcoólatra tentando deixar a bebida. Mas foram momentos como esses que fizeram de Dennis Hopper o homem que ele foi: a disposição de remover a pele de maneira dolorosa, como em alguns de seus trabalhos como ator e filmes que ele dirigiu, entre os quais Out of the Blue, uma história brutal sobre o amadurecimento de um jovem.

Em fevereiro, Peter Bart, colunista da Variety e ex-executivo de cinema, refletiu sobre a carreira de Hopper, escrevendo que ele "se saiu muito bem como ator, cineasta, colecionador de arte e fotógrafo, e fez todo o possível para se autodestruir em todas essas arenas". Barta acrescentava que "parece impossível que alguém tenha estrelado um filme como Assim Caminha a Humanidade e ainda assim perdido o estrelato, ou dirigido uma obra essencial como Sem Destino mas desaparecido como cineasta". É uma das formas de contemplar uma carreira, ainda que diversas mostras de arte, retrospectivas de filmes e livros como Dennis Hopper & the New Hollywood e Dennis Hopper: Photographs 1961-1967 revelem uma vida diferente, que Bart provavelmente não compreenderia.

Se essa vida não se ajusta às ideias de estrelato que temos é porque Hopper mapeou seu caminho sem ajuda praticamente desde o começo. Já que quando ele assinou com a Warner Brothers, em 1955, o velho sistema dos estúdios estava entrando em colapso, o ator não teve muita escolha a não ser determinar sozinho o seu rumo. Ele abandonou os estúdios, foi a Nova York estudar com Lee Strasberg, começou a colecionar arte, estrelou o filme experimental Night Tide e colaborou em um projeto de arte com Marcel Duchamp. Fotografou seus amigos famosos nos estúdios e fora deles, e o reverendo Martin Luther King Jr. no Alabama. Ajudou a fazer de Nicholson um astro e a salvar o cinema dos Estados Unidos. Nada mal para alguém que "fez tudo errado".

Nos arquivos da Margaret Herrick Library sobre Hopper, em Beverly Hills, há um resumo biográfico datilografado, um texto de seis páginas típico dos esforços dos estúdios de cinema em 1959. O texto menciona seus créditos como ator e medidas (1,78 metro de altura, 72 quilos de peso), e conta uma história charmosa. Hopper estava completando 23 anos naquele ano, havia retornado de Nova York a Los Angeles e não estava trabalhando muito. Mas o texto aponta que ele se mantinha ocupado. "Quando não está trabalhando, Dennis acorda por volta das 10h, lê Nietzsche (e teatro moderno) à beira da piscina em seu apartamento em Hollywood, visita galerias de arte e livrarias e assiste a filmes estrangeiros. Ele é intenso em tudo que faz". E estava apenas começando.

(Tradução: Paulo Migliacci)