sexta-feira, 16 de novembro de 2018
O HOMEM DA ESTRADA
O homem da estrada
Param homens bons e ruins
Boteco com janela de madeira
Uma cruz velha
Na beira da estrada
Me transformei em distância
Sou a fuligem da estrada
Cavalo de aço e couro preto
Estrada velha conhecida
Não precisa de mapa
Vento no rosto e destino incerto
Sou a alma cheia do bem
Sou de pensamentos
E a perda de alguns carinhos
Velhos e antigos amigos
Nesta minha vida estradeira
Nesta motoca veterana
Buscando sempre o horizonte
Sou o ronco do motor
E o silêncio da estrada
Que tem um jeito que é tão seu
Tem muito asfalto sob céu azul
E noites estreladas com lua cheia
Dormindo do lado da motoca
Num pé de árvore
Numa estrada qualquer
Motor velho pingando óleo
Pano amarrado no guidom
Sou a graxa da corrente
Sou o menino sem infância
Que sem querer virou homem
Sou Anhanguera
Sou Bandeirantes
Sou BR
Sou as histórias da estrada
Sou as lendas contadas em fogueira
Rodei por mil paisagens
Juntando pedaços de história
Da estrada que não tem dó
Alegre, embora sozinho
Sou raiz, sou sangue, sou verso
Eu sou corvo e me chega
Pra ser feliz no universo...
Wolv dos Corvos
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