quinta-feira, 11 de outubro de 2018

POEIRA

Eu preciso voar ... De tempos em tempos, periodicamente, eu preciso voar ...

Geralmente acontece comigo quando já noto muito peso em mim.

É a poeira que sobe em cada um dos meus passos, que não se dissipa e permanece presa à minha pele, formando crostas, mais grossas e grossas.

A poeira da rotina, a poeira da pequena mesquinhez diária ...

A poeira dos meus anseios, frustrações e inseguranças.

O dos meus complexos e meus desamores.

Também é um dos meus defeitos ...

Aquele maldito pó da vida cotidiana, invisível, mas onipresente ...

Aquela que, pouco a pouco, quase sem perceber, faz minha alma ir embora e meu passo se torna cansativo ...

Quando percebo que não posso olhar para o chão, é quando estou ciente de que preciso voar.

Off dos meus problemas ... De minhas responsabilidades ... De meus fardos ... É só por um tempo curto, mas o suficiente para fazer toda a poeira acumulada vem solto e deixe-me novamente atender as pequenas coisas todos os dias, com uma ilusão renovado

Já quando estou me preparando, minha mente está desconectada de seus balastros ...

Com cuidado, coloco cada peça da minha roupa: as botas, o terno, as luvas ... E com elas, sinto que estão caindo no chão, uma a uma, as correntes que me prendem.

Já na motocicleta, quando coloco o capacete, os últimos ecos ruins do dia são apagados e um silêncio íntimo me envolve.

Eu olho para o guidão; Eu deslizo minhas mãos sobre meus punhos e começo o motor.

A cada golpe de gás, sinto o balanço e o rugido rouco entre as minhas pernas ...

Nesse momento mágico, todos os poros do meu corpo começam a emanar a liberdade.

Eu sinto, nos pulmões, como minha alma se alarga ...

E eu olho para o horizonte, a estrada é também uma estrada marcada ...

Como a vida, é uma linha que deve ser seguida.

Mas fico bêbado com o prazer de seguir o meu caminho ... sem ninguém exigir nada.

É por isso que escolho as curvas solitárias, que indicam a beleza do movimento.

Eu gosto de decolar suavemente, soltando a moto.

Com o visor levantado, sinto o ar da vida no meu rosto ...

Eu aqueço pneus deixando-me cair de ambos os lados

com ritmos valsais dobrados, nos quais segurei por alguns momentos, a nota musical acima, antes de fazer cada mergulho,

como os falcões fazem ...

Até que eu sinta isso, motocicleta e eu somos apenas um.

Então eu sei que estou pronto ...

Fecho a viseira e, em meus ouvidos, começam a ressoar as notas poderosas de uma orquestra sinfônica, em cujo crescendo eu estou levantando o vôo até chegar ao "ritmo".

É um limbo sem brusquedades.El "continuum" de um planar harmonioso ... como um pássaro em liberdade.

Quando volto para casa, minha alma está calma.

Eu sinto que a paz percorre todas as minhas veias e minha pele está limpa, novamente, da poeira da vida ...

E eu preciso voar ... De tempos em tempos, periodicamente, eu preciso voar ... 

POR DR. INFIERNOArgentina 

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